domingo, 9 de maio de 2010

O futuro do Catolicismo

Em meio a dezenas de acusações de pedofilia, muitas já comprovadas, a Igreja Católica acaba dando a impressão de ruína iminente. É nesta hora, em que aparenta grande fragilidade, que grupos religiosos, alguns até abominando a palavra "religioso", acreditam estar chegando o fim da era católica e o grande momento mundial de avivamento para suas seitas e doutrinas.

Não se pode negar que a crença de alguns católicos pode estar sofrendo abalos sérios. Afinal, foi inteiramente reprovável a ação de alguns padres. A conseqüência negativa destes atos junto à comunidade católica já é visível e pode se intensificar. Fala-se que na Alemanha um quarto dos católicos demonstram a intenção de abandonar o catolicismo – (O Globo – 11/04/2010).

Mistura-se de forma perigosa a Igreja Organização com a Igreja Corpo de Cristo. Os que apenas crêem, mas estão longe de ter fé, são os mais prejudicados. Estes não suportam os desatinos realizados por alguns homens investidos da função sacerdotal e podem, infelizmente com severos prejuízos para suas almas, desistir de continuar seguindo o caminho que, com certeza, os conduzirá à casa do pai.

Os que já alcançaram a fé estão protegidos das influências negativas que as nefastas ações de abuso infantil realizadas por padres, agora descobertas, desencadearam junto à comunidade católica. A cultura católica do perdão, com a qual concordo, talvez tenha beneficiado muitos destes abusadores. O catolicismo é essencialmente perdão. Não pode negar-se a perdoar e a igreja possui toda autoridade para dar o perdão. Entretanto, perdoar não pode se confundir com esconder. O perdão eclesial, e mesmo o papal feito em nome de Deus, não pode, sem a concordância da justiça e da sociedade, substituir a punição de crime algum, muito menos destes realizados contra jovens com extrema brutalidade. O “vai e não peques mais” talvez tenha tomado contornos exagerados. O “dai a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus” é com certeza a máxima que precisa ser observada pela Igreja nestes casos. Cesar foi esquecido, mas não deve sê-lo mais. Parece que a Igreja caminha para orientar que este esquecimento não mais se dê.

O Catolicismo compreendeu desde seus primórdios a síntese bíblica. Sabe-se não ser a Bíblia um tratado orientado para a prosperidade humana. Sabe-se desde há muito que deve-se olhar para a “Velha Aliança” como uma extraordinária luz que iluminou a “Nova Aliança”. Sabe-se ser a Bíblia um tratado que orienta à salvação e não ao progresso mundano. A despeito de certos grupos ditos católicos que perderam a síntese na qual o catolicismo possui sua essência, o futuro do catolicismo caminha para ser mais reluzente do que hoje é. Quem tiver olhos e ouvidos que veja e ouça.

Até quando Deus quiser, os católicos continuarão recebendo a Eucaristia diária (fazei isto em memória de mim), recitando a oração que Jesus nos ensinou(Pai Nosso que está nos céus...) e tendo Maria como mãe e intercessora como nos foi ensinado pelo próprio Cristo na hora de sua morte: “filho eis aí tua mãe” .
Publicação autorizada por: Zacarias